Fluminense vs Al Hilal: Resiliência Brasileira Encontra Poder Saudita em Confronto das Quartas


Introdução

Fluminense e Al Hilal se enfrentaram nas quartas de final do Mundial de Clubes da FIFA em uma partida altamente antecipada. Ambas as equipes chegaram a esta fase superando oponentes pesados nas oitavas de final — desafiando as expectativas. O time brasileiro conseguiu uma grande surpresa eliminando a Inter de Milão, vice-campeã da UEFA Champions League 2024/25, enquanto o clube saudita eliminou o poderoso Manchester City.

Ainda assim, segundo as projeções da Opta Analyst, o Al Hilal era o favorito para chegar às semifinais, com 59,8% de chance de avançar.

Os escalações iniciais refletiram as intenções estratégicas de cada equipe. O Fluminense se alinhou em 3-5-2, com Cano e Jhon Arias formando a dupla ofensiva. A única mudança em relação ao time que venceu a Inter foi a inclusão do lateral-esquerdo Fuentes, substituindo o suspenso Renê. Enquanto isso, o Al Hilal escalou o mesmo XI que iniciou contra o City, mas desta vez organizado em formação 5-3-2 — reminiscente do esquema tático que Simone Inzaghi usava na Inter de Milão, seu clube anterior.

Resumo da Partida

O primeiro tempo foi disputado de forma acirrada e ofereceu poucas chances claras. O Al Hilal teve 52% de posse comparado aos 48% do Fluminense, e ambos os lados registraram três finalizações cada, com apenas uma no gol para cada equipe. O time brasileiro abriu o placar através de uma bela finalização de Martinelli, capitalizando uma bola mal desviada por João Cancelo. A melhor chance do Al Hilal veio de uma bola parada, quando o cabeceio de Koulibaly forçou uma excelente defesa de Fábio, preservando a vantagem de 1-0.

O jogo foi fortemente concentrado no meio-campo, com 56% de todos os passes ocorrendo no terço central. O Al Hilal teve vantagem nos duelos, vencendo 61% deles. No lado negativo, Arias teve um primeiro tempo discreto — perdendo 11 de seus 12 duelos e perdendo a bola 11 vezes em 29 posse de bola. Os atacantes estavam pouco envolvidos: Marcos Leonardo e Cano tiveram apenas 12 e 10 toques, respectivamente — apenas um pouco mais que o goleiro Fábio, que teve 8.

Defensivamente, o lateral-esquerdo Al-Harbi se destacou pelo Al Hilal, liderando o primeiro tempo em tackles e interceptações.

No segundo tempo, o Al Hilal pressionou mais alto no campo e encontrou o empate cedo. Após outra bola parada e um cabeceio de Koulibaly, a bola caiu para Marcos Leonardo, que finalizou para o gol. Apesar do gol, o time saudita continuou avançando, mas teve dificuldades para quebrar a defesa compacta do Fluminense. O Al Hilal fez 12 finalizações no segundo tempo — quatro vezes mais que no primeiro — mas apenas três acertaram o alvo.

Eles terminaram o tempo com 65% de posse e conquistaram 10 escanteios, comparado a apenas um para o Fluminense. Ainda assim, o time brasileiro provou ser mais perigoso. Uma de suas duas finalizações no gol no segundo tempo encontrou o fundo da rede — Hércules marcou para restaurar a vantagem. O Fluminense teve outra oportunidade de ouro após um passe ruim de Renan Lodi deixar Cano cara a cara com o goleiro Bounou, mas o goleiro do Al Hilal saiu vitorioso.

Nos minutos finais, o Al Hilal pressionou por um empate, trazendo o atacante Hamdallah no lugar do meio-campo Kanno. No entanto, eles não conseguiram encontrar a brecha, e o Fluminense garantiu uma vaga nas semifinais.

Defensivamente, o Fluminense entregou uma performance sólida como rocha. O zagueiro Ignácio foi o destaque, liderando o jogo em ações defensivas (16), desarmes (9) e finalizações bloqueadas (3). O lateral-direito Samuel Xavier também impressionou — ele liderou a partida em interceptações (3) e deu assistência para o gol da vitória.

Apesar da derrota, Koulibaly teve um excelente jogo pelo Al Hilal. O defensor venceu 10 de seus 11 duelos, forneceu a assistência para o gol da equipe e liderou a partida em tackles com 5.

Análise Tática

Quando o Fluminense tinha a posse, sua construção começava com os três zagueiros, enquanto os laterais Samuel Xavier e Fuentes avançavam alto para se alinhar com a dupla de atacantes no canal central. Enquanto isso, o Al Hilal, em sua fase defensiva, evitava pressão alta e mantinha cinco jogadores em sua linha de defesa, com seus laterais marcando de perto os jogadores de amplitude do Fluminense. A imagem abaixo ajuda a ilustrar esta estrutura tática.

Formação ofensiva do Fluminense e padrões de movimento.

Similarmente, quando o Al Hilal tinha a bola, eles também confiavam em uma linha de três para sua construção, empurrando seus laterais alto no campo — uma estratégia bastante similar à do Fluminense. No entanto, o time brasileiro defendia de forma diferente. O meio-campo esquerdo Nonato se juntava a Cano e Arias para formar uma linha de frente de três, enquanto Bernal e Martinelli (substituído por Hércules no segundo tempo) ficavam mais recuados no meio-campo. Além disso, os laterais do Fluminense tinham a tarefa de marcar seus equivalentes sauditas, e os três zagueiros acompanhavam a dupla ofensiva de Marcos Leonardo e Malcom. A imagem seguinte ilustra este esquema defensivo.

Formação ofensiva do Al Hilal e esquema defensivo do Fluminense.

Quanto à construção de jogo do Al Hilal, é importante destacar Rúben Neves (marcado em azul na imagem), que originalmente é meio-campo mas tem sido utilizado como zagueiro desde a partida das oitavas contra o Manchester City. Ele foi o distribuidor principal da equipe, liderando o jogo em passes com 71 (92% de precisão) e liderando o ranking de passes que quebram linhas com 25 bem-sucedidos de 36 tentativas.

Nenhuma das equipes optou por pressão alta. Em vez disso, ambas escolheram defender em blocos médios a baixos, visando reduzir espaço e limitar oportunidades de contra-ataque. Isso se reflete nos mapas de zona PPDA (Passes Permitidos por Ação Defensiva) de cada equipe, que mostram que a maior parte da pressão ocorreu em seus próprios terços defensivos. No mapa, zonas vermelhas indicam maior intensidade de pressão, enquanto zonas azuis indicam menor pressão.

Comparação PPDA mostrando zonas de pressão defensiva para ambas as equipes.

Conclusão

O Fluminense derrotou o Al Hilal no primeiro encontro entre os dois lados, garantindo uma vaga nas semifinais do Mundial de Clubes da FIFA. Mais uma vez, o time brasileiro mostrou resiliência defensiva e eficiência ofensiva, conquistando outra vitória contra um oponente favorito.

Foi sua segunda vitória consecutiva como azarão — primeiro contra a Inter de Milão, agora contra o Al Hilal — destacando a força de seu jogo coletivo, disciplina tática e maturidade competitiva sob o comando do técnico Renato Gaúcho.

Nas semifinais, o Fluminense enfrentará o Chelsea, que já eliminou Benfica e Palmeiras. Será outro grande desafio contra a elite da competição europeia, mas baseado em sua campanha até agora, o Fluminense provou que está pronto para competir com os melhores do mundo.




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