O Fluminense, time carioca comandado por Renato Gaúcho, chega ao mundial em um momento muito bom do clube. Uma sequência de 6 jogos de invencibilidade do Tricolor, que foi colocada em risco em um grupo que contém 3 gigantes de 3 continentes diferentes: Borussia Dortmund (Alemanha), Mamelodi Sundowns (África do Sul) e o Ulsan HD (Coréia do Sul).
Jogo 1: Fluminense 0-0 Borussia Dortmund
A estreia do Fluminense no Mundial de Clubes foi protagonizada por uma partida surpreendente contra o Borussia Dortmund. Contra o principal adversário no grupo, o time de Renato Gaúcho conseguiu propor seus ideais por boa parte do jogo, chegando perigosamente inúmeras vezes. Tanto que, Kobel, o goleiro do time alemão, foi o melhor da partida, com uma nota de 8,2 (Sofascore). Apesar do empate sem gols e a inferioridade na posse de bola, muitos consideraram o time brasileiro superior no jogo.
Apesar do Borussia ter superioridade na posse de bola em ambas as partes do jogo, poucas foram as vezes em que levaram perigo concreto ao gol de Fábio. Com o alto volume de jogo pelas pontas, o Fluminense conseguiu se impor pelas alas e propor jogo no meio do campo, ganhando 67% dos duelos. O time alemão não conseguiu ser eficiente, apesar de conseguir administrar mais a bola (54% de posse de bola) e dar mais passes certos (263).
No segundo tempo, a intensidade de ambos os times baixaram, porém o Borussia conseguiu explorar um pouco mais seu ideal de jogo. Sua posse de bola aumentou 1% e o time começou a vencer seus duelos ofensivos (55% de duelos ganhos) e defensivos (71% de duelos ganhos) e isso levou o goleiro Fábio a realizar 3 defesas, as únicas dele do jogo. Dado o volume maior, isso expôs o time a contra-ataques — A principal chance do Fluminense saiu de um contra-ataque após um lançamento de Hércules para Everaldo.
O jogo terminou em um 0-0 sem gols, com 14 finalizações (5 no alvo) para o Fluminense e 7 (3 no alvo) para o Borussia. Apesar da posse de bola inferior, o Tricolor demonstrou maturidade para realizar suas jogadas ofensivas e superar a defesa do time alemão com seu estilo de jogo rápido e suas transições em velocidade pelas alas.
Jogo 2: Fluminense 4-2 Ulsan HD
O Fluminense protagonizou uma grande partida contra o atual tricampeão sul-coreano, Ulsan HD. A vitória por 4 a 2, apesar de algumas falhas defensivas, foi convincente. O jogo do tricolor foi caracterizado pelo posicionamento alto dos jogadores, trocando passes relativamente curtos no meio de campo e área adversária, resultando em impressionantes 70% de posse de bola e 92% de passes certos ao final da partida. A partida, porém, não foi sem sustos para o Fluminense, que sofreu a virada ao final do primeiro tempo, levando Renato Gaúcho a fazer uma aposta de um jogo ainda mais ofensivo com a saída de Ganso e a entrada de Everaldo. O risco valeu a pena, pois a superioridade de ações no terço final do campo rendeu 3 gols e selou a vitória do Fluminense. O grande destaque da partida foi Jhon Arias, que se mostrou extremamente presente nos dois lados do campo, fazendo um belíssimo gol de falta e dando uma assistência para Keno no final do jogo.
Rede de passes do Fluminense contra Ulsan HD.
Jogo 3: Mamelodi Sundowns 0-0 Fluminense
Na última rodada, o grupo chegou em aberto. Qualquer um dos times tinham chance, mesmo que pequena, de se classificar. Em um jogo que o Fluminense precisava apenas do empate e que o Mamelodi Sundowns precisava da vitória, o jogo demonstrou a importância que era para cada time — o time sul-africano conseguiu neutralizar diversas armas ofensivas do Tricolor, e foi superior quase que no jogo todo (67% de posse no primeiro tempo e 69% no segundo). Esse 0-0 se deve muito a atuação defensiva primordial do time do Fluminense, com cerca de 67% de desarmes ganhos e 42 recuperações de bola. É importante também reconhecer a maturidade e organização defensiva do time sul-africano, já que conseguiu neutralizar o principal jogador do time carioca: Jhon Arias. Ele teve a menor quantidade de ações na bola entre os 3 jogos (57) e não conseguiu finalizar no gol. Renato Gaúcho soube jogar em uma tática convidativa para o adversário, e conseguiu extrair o empate, garantindo a classificação em segundo lugar do grupo.
Conclusão
A fase de grupos do Fluminense não foi fácil. Fez uma partida de estreia surpreendente, cometeu erros grandes apesar da vitória convincente na segunda partida, e fez um último jogo extremamente morno. As previsões mostraram o Fluminense como a terceira força desse grupo: 39,4% de chance de passar para as oitavas, atrás do Mamelodi Sundowns (47,1%) e Borussia Dortmund (74,9%) (Opta). Apesar disso, a equipe conseguiu a classificação em um grupo difícil. O Flu teve tanto falhas defensivas, quanto oportunidades de gol desperdiçadas, que devem ser cruciais pontos de melhorias para o próximo jogo.
Ofensivamente, a falta de ritmo por conta da recuperação de Germán Cano é notória, visto que o argentino finalizou 5 ao gol e perdeu 3 chances. O atacante foi pegando ritmo ao longo dos 3 jogos, mas não foi o suficiente para vermos ele em sua melhor forma, o que é crucial para o Fluminense. Ainda assim, Cano contou com apenas menos finalizações que Jhon Arias (9), eleito duas vezes como melhor jogador da partida pela FIFA e obtendo a melhor nota Sofascore em todos os jogos da fase de grupos. Defensivamente, o time carioca teve falhas contra o Ulsan HD, mas no geral, teve boa atuação, com clean sheets nos dois outros jogos. A boa performance da zaga tricolor — com destaque para Freytes e Renê — resultou em poucas finalizações contra o Fluminense, especialmente no jogo contra o Mamelodi Sundowns e o Borussia Dortmund; em comparação, apenas o Ulsan HD teve menos finalizações na partida contra o time alemão. Com confronto marcado contra a Inter de Milão, não seria controverso afirmar que o Fluminense tem plenas chances de manter a sequência de classificações de times brasileiros nesta Copa do Mundo de Clubes.
Principais estatísticas do Fluminense ao longo da fase de grupos.
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