NBA Playoffs : O Duelo dos MVPs
Introdução
A NBA, principal liga de basquete do mundo, é dividida em duas conferências: Leste e Oeste. Cada temporada começa com uma fase regular, em que todas as equipes se enfrentam, e termina com os playoffs, nos quais os times competem apenas contra adversários da mesma conferência até as finais da NBA, onde os campeões de cada conferência disputam o título da liga.
Os playoffs da Conferência Oeste deste ano entregaram uma das séries de sete jogos mais emocionantes possíveis, com o Oklahoma City Thunder, cabeça de chave número 1 e dono de uma campanha histórica de 68–14, enfrentando o Denver Nuggets, quarto colocado com um sólido 50–32. Apesar das campanhas diferentes, ambos os times contavam com duas das maiores estrelas da liga.
Shai Gilgeous-Alexander, do Oklahoma City, e Nikola Jokić, do Denver, ambos fortes candidatos a MVP, apresentaram números espetaculares. Shai liderou a liga em pontuação, com média de 32,7 pontos por jogo, enquanto Nikola ficou entre os três primeiros em pontos, rebotes, assistências e roubos de bola — uma das maiores temporadas individuais da história da NBA. Após passarem da primeira rodada, os dois se enfrentaram em um confronto histórico.
Jogo 1 (DEN 121 – 119 OKC)
O Denver entrou em desvantagem no Jogo 1: teve apenas um dia de descanso após uma série extenuante de sete jogos contra os Clippers, enquanto o Oklahoma City teve oito dias de folga. A maioria esperava que Denver fosse dominado.
Mas Nikola Jokić — um dos favoritos ao MVP — deu um show. Anotou 42 pontos com 51,7% de aproveitamento e ainda pegou 22 rebotes, liderando uma vitória crucial sobre o Thunder.
O Oklahoma City teve boas atuações de seus astros: Shai Gilgeous-Alexander marcou 33 pontos, e o armador reserva Alex Caruso contribuiu com 20 pontos e cinco roubos, forçando o Denver a cometer 18 turnovers.
Com seis minutos restantes no último quarto, a ESPN Analytics dava ao OKC 98% de chance de vitória (perdendo por 95–108), mas o Denver reagiu. Jokić marcou 18 de seus pontos só nesse período, levando os Nuggets a uma vitória dramática.

Jogo 2 (DEN 106 – 149 OKC)
No Jogo 2, o Thunder atropelou os Nuggets desde o início. Shai Gilgeous-Alexander foi simplesmente sensacional, anotando 34 pontos até o fim do terceiro quarto com um aproveitamento surreal: 11 de 13 arremessos (84,6%). Ele desmontou a defesa de Denver, atacando no drible, arremessando de média distância e finalizando com contato no garrafão.
O Oklahoma City impôs sua autoridade rapidamente. Ao fim do primeiro quarto, já vencia por 24 pontos, incendiando a torcida e forçando o Denver a fazer ajustes no time. O domínio continuou no segundo e terceiro períodos, quando ampliou a vantagem em mais 17 pontos. Com 41 de frente no início do último quarto, a vitória já estava garantida.

Jogo 3 (DEN 113 – 104 OKC)
Num jogo emocionante que foi para a prorrogação, o Denver Nuggets venceu graças à atuação completa de Jamal Murray. Ele marcou 27 pontos, distribuiu 8 assistências e conseguiu 4 roubos, sendo a figura decisiva em ambos os lados da quadra. Sua pressão constante — tanto como criador no ataque quanto como defensor — manteve o ímpeto do Denver nos momentos decisivos.
Jalen Williams, jovem ala do OKC, também brilhou, anotando 32 pontos, sua melhor marca na carreira. Mas não foi suficiente: Shai Gilgeous-Alexander, geralmente o motor do Thunder, teve uma noite ruim, com apenas 18 pontos em 7 de 22 arremessos (31,8%). Jokić, mesmo jogando muitos minutos, não esteve em sua melhor forma: marcou 20 pontos, mas cometeu oito turnovers — muito abaixo de seu padrão MVP. No fim, a frieza de Murray na prorrogação decidiu a partida para o Denver.

Jogo 4 (DEN 87 – 92 OKC)
O Jogo 4 foi o mais truncado da série. Ambas as equipes pareceram fora de ritmo: o OKC teve 35,6% de aproveitamento nos arremessos e o Denver, ainda pior, com 31,3% — suas piores marcas em toda a série.
O motivo principal foi o cansaço. O Denver veio praticamente sem descanso após enfrentar os Clippers em sete jogos, e a longa pausa do Thunder não foi suficiente para compensar a falta de ritmo. Sem tempo de recuperação adequado, nenhum dos times conseguiu jogar no seu melhor nível.
Charles Barkley, lenda da NBA, chamou o calendário de “injusto” com o Denver, observando como é difícil jogar numa sexta-feira à noite e voltar à quadra no domingo à tarde com quase nenhum intervalo.

Jogo 5 (DEN 105 – 112 OKC)
Nikola Jokić teve uma atuação de mestre — 44 pontos com 68% de aproveitamento — mas seus companheiros não acompanharam. Michael Porter Jr., por exemplo, jogou 29 minutos e fez apenas dois pontos, acertando só 14,3% dos arremessos.
Já o OKC teve um ataque equilibrado: converteu 50% dos arremessos e teve seis jogadores com pontuação em dois dígitos. Essa eficiência coletiva garantiu a vitória e reafirmou o Thunder como o melhor time da temporada.

Jogo 6 (DEN 119 – 107 OKC)
Doente? Nem parecia. A presença de Jamal Murray no Jogo 6 era incerta por causa de uma gripe forte — o técnico interino David Adelman até disse que ele estava “definitivamente doente” — e ele só foi liberado para jogar 45 minutos antes do início. Mesmo assim, em seu “jogo da gripe”, Murray marcou 25 pontos e liderou Denver à vitória, forçando o jogo 7.
Ele não foi o único destaque. Julian Strawther saiu do banco e mudou o jogo: em apenas três minutos no terceiro quarto, marcou oito pontos que mudaram o rumo da partida. Quando entrou, o placar era 80–78 para Denver; ao sair, os Nuggets já venciam por 90–81 — um impacto enorme no momento mais decisivo.

Jogo 7 (DEN 93 – 125 OKC)
No jogo 7, o OKC venceu a série e avançou às finais da Conferência Oeste. Apesar de abrir cinco pontos de vantagem no primeiro quarto, o Denver não manteve o ritmo — especialmente no segundo período, quando cometeu oito turnovers contra apenas dois do Thunder. O OKC venceu o quarto por 39–20 e só aumentou a vantagem no segundo tempo. Além das falhas, os Nuggets acertaram menos de 23% das bolas de três pontos.
No lado de Denver, os coadjuvantes Jamal Murray, Michael Porter Jr. e Aaron Gordon combinaram para apenas 27 pontos, com 39% de aproveitamento. Em contraste, a dupla de apoio do OKC, Jalen Williams e Chet Holmgren, marcou 37 pontos com 53% de aproveitamento.
Por fim, o candidato a MVP Shai Gilgeous-Alexander teve uma atuação espetacular: 35 pontos em 12 de 19 arremessos e 75% de acerto nas bolas de três.

Conclusão
Embora o Thunder tenha encerrado a temporada regular com uma das melhores campanhas da história da NBA (68–14), encontrou enorme dificuldade diante do Denver Nuggets — que foi responsável por 29% das derrotas do OKC antes das finais da conferência, somando cinco dos 17 reveses no ano (incluindo dois na temporada regular e três nos playoffs). A série se tornou uma verdadeira batalha física e mental: os candidatos a MVP elevaram seus jogos, enquanto a defesa do Thunder forçou impressionantes 124 turnovers ao longo dos sete confrontos.
No fim, Shai Gilgeous-Alexander foi coroado MVP da série, liderando todos os jogadores com um aproveitamento de 52,9% nos arremessos e média de 29,7 pontos por jogo — consolidando-se como o grande nome da franquia. Nikola Jokić também brilhou, com média de 28,4 pontos e 13,9 rebotes, reforçando o quão equilibrado foi o duelo entre essas duas superestrelas.
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