Copa do Mundo Feminina de 2023 - Analisando as finalistas
Introdução
Nessa série de posts, iremos fazer uma análise geral sobre Copa do Mundo Feminina de 2023, sediada simultaneamente na Austrália e na Nova Zelândia. Iremos trazer comparações gerais entre todos os times, e em seguida, nos aprofundarmos nas quatro seleções semifinalistas e nos destaques da competição.
No nosso primeiro post, iremos falar sobre ambas as seleções finalistas da Copa do Mundo de 2023: Espanha e Inglaterra.
Apesar do amargo quarto lugar na Copa do Mundo anterior, a Inglaterra vinha de uma conquista da Finalíssima (disputa realizada entre a vencedora da Eurocopa com a vencedora da Copa América) em cima da seleção brasileira, além de uma ótima campanha até então na Copa de 2023. Mesmo assim, não conseguiu impor o seu jogo contra as espanholas. A seleção inglesa acumulou menos de 0.5 gols esperados, além de apenas uma grande chance criada, evidenciando que a posse de bola de 43% não se converteu em volume de jogo.
Gráfico 1. Heatmap de Passes (durante toda a competição)
No gráfico 2, mostramos em quais regiões do campo cada time exerce mais pressão sob seus adversários em todo o torneio, ou seja, em quais setores o time tenta impor mais intensidade para uma eventual retorno da posse de bola. Novamente, o mapa do lado espanhol sugere um estilo mais agressivo, concentrando as ações de pressão no campo adversário. Por outro lado, a seleção da Inglaterra pressiona de forma mais homogênea no campo, tendo apenas uma área de grande concentração: o lado direito, perto da linha do meio campo.
Gráfico 2. Heatmap de Ações de Pressão (durante toda a competição)
Além de todo o aspecto tático, algo muito interessante de notar é a média de idade da seleção espanhola. Na final, o time titular da Espanha tinha uma média de idade de 25.7 anos, uma das menores médias de toda a competição e a menor média de todo mata-mata. Isso sugere que a reformulação da Espanha, muito comentada e elogiada recentemente durante a disputa da Euro masculina, passa também pela seleção feminina, e se mostra muito bem-sucedida. Na final da Copa do Mundo Feminina de 2023, 6 das 10 melhores jogadoras do mundo (de acordo com a premiação da Bola de Ouro) estavam em campo. Entre essas, 4 eram jogadoras espanholas (duas tinham menos de 25 anos, e falaremos mais sobre uma delas em um post posterior!).
Na próxima seção, usaremos mapas de chutes para analisar o desempenho ofensivo das seleções finalistas durante a competição. No mapa da Espanha, comprovamos o seu estilo agressivo, sendo a equipe com mais gols e mais chutes por jogo (22.1) entre todas na competição. Por outro lado, na equipe da Inglaterra é importante destacar a eficiência nos chutes, já que teve um saldo positivo de 3.18 na diferença entre gols e xG. Além disso, vale comentar que as inglesas finalizam bem menos que suas adversárias na final, tendo uma média de 13.2 chutes por jogo.
Graph 3. Spain's Shot Map (in all the competition)
Graph 4. England's Shot Map (in all the competition)
Assim como acontece comumente em diversas finais importantes, as equipes tiveram números ofensivos inferiores ao “esperado” (com base no desempenho em toda a competição), já que, dada a importância do duelo, as equipes costumam optar por jogar de forma mais estudada e menos arriscada. A Espanha teve 13 chutes na partida, enquanto a Inglaterra teve 8.
Mesmo com a segunda posição na competição mais importante de seleções, a Inglaterra é a atual campeã da Euro feminina (tendo eliminado a própria Espanha durante o torneio). Então, tudo indica que o confronto que decidiu o título mundial em 2023 continuará sendo muito relevante e acirrado no futuro.
Esse foi o nosso primeiro post com análises sobre a Copa do Mundo Feminina de 2023. Nosso próximo post terá seu foco em jogadoras jovens que se destacaram durante o torneio, e devem ser ainda mais protagonistas na Copa de 2027, que será sediada no Brasil.
No nosso primeiro post, iremos falar sobre ambas as seleções finalistas da Copa do Mundo de 2023: Espanha e Inglaterra.
Visão Geral do Torneio
Popularmente conhecido como um torneio curto, até porque o campeão precisa jogar apenas 7 jogos, a Copa do Mundo é o maior torneio mundial disputado por seleções. Em 2023, a Espanha foi consagrada a campeã do mundo no futebol feminino contra a Inglaterra, com uma seleção muito jovem, assim como no futebol masculino, tendo uma média de idade inferior a 26 anos no time titular.A final
A final da Copa do Mundo Feminina de 2023 foi realizada no dia 20 de agosto e protagonizada pelas seleções da Inglaterra e Espanha. As espanholas levaram a melhor, vencendo o jogo por 1 a 0 com gol de Olga Carmona aos 29 minutos do primeiro tempo (vale comentar que a Espanha teve a chance de ampliar o placar com um pênalti perdido no segundo tempo). Assim, a seleção espanhola propôs um jogo contundente e sólido, acumulando mais de 2 gols esperados, superioridade na posse de bola, além de 3 grandes chances criadas ao decorrer da partida.Apesar do amargo quarto lugar na Copa do Mundo anterior, a Inglaterra vinha de uma conquista da Finalíssima (disputa realizada entre a vencedora da Eurocopa com a vencedora da Copa América) em cima da seleção brasileira, além de uma ótima campanha até então na Copa de 2023. Mesmo assim, não conseguiu impor o seu jogo contra as espanholas. A seleção inglesa acumulou menos de 0.5 gols esperados, além de apenas uma grande chance criada, evidenciando que a posse de bola de 43% não se converteu em volume de jogo.
Analisando as finalistas
Nos gráficos a seguir, analisaremos alguns aspectos das duas equipes finalistas ao longo de todo o torneio. No gráfico 1, fica claro que a seleção inglesa costuma trocar muitos passes atrás da linha do meio-campo, com as zagueiras participando bastante em uma posição bem recuada. Na seleção da Espanha, a troca de passes se concentra mais no meio de campo, o que sugere um estilo de jogo mais ofensivo com relação às suas adversárias no último jogo. Essa análise do torneio se reflete na final, já que a Espanha, optando por propor mais o jogo e trocar passes em regiões mais próximas ao gol adversário, protagonizou a maior parte das chances e acumulou um maior número de gols esperados.Na próxima seção, usaremos mapas de chutes para analisar o desempenho ofensivo das seleções finalistas durante a competição. No mapa da Espanha, comprovamos o seu estilo agressivo, sendo a equipe com mais gols e mais chutes por jogo (22.1) entre todas na competição. Por outro lado, na equipe da Inglaterra é importante destacar a eficiência nos chutes, já que teve um saldo positivo de 3.18 na diferença entre gols e xG. Além disso, vale comentar que as inglesas finalizam bem menos que suas adversárias na final, tendo uma média de 13.2 chutes por jogo.
Conclusão
Durante a análise, podemos perceber que existe certa dualidade entre as equipes, que são protagonistas no cenário do futebol feminino. A Espanha, sendo um exemplo de time jovem e dinâmico, que impôs com sucesso seu estilo de jogo durante o torneio, sendo agressiva com e sem a bola. Do outro lado, a Inglaterra joga de forma mais metódica, não ousando utilizar blocos altos de pressão e constantemente mantendo a posse de bola com suas defensoras. Ambas as formas de se jogar futebol foram exemplos de sucesso durante a competição, mas, no fim, prevaleceu o estilo espanhol.Mesmo com a segunda posição na competição mais importante de seleções, a Inglaterra é a atual campeã da Euro feminina (tendo eliminado a própria Espanha durante o torneio). Então, tudo indica que o confronto que decidiu o título mundial em 2023 continuará sendo muito relevante e acirrado no futuro.
Esse foi o nosso primeiro post com análises sobre a Copa do Mundo Feminina de 2023. Nosso próximo post terá seu foco em jogadoras jovens que se destacaram durante o torneio, e devem ser ainda mais protagonistas na Copa de 2027, que será sediada no Brasil.